sábado, 9 de fevereiro de 2008

JESUS E TOLERÂNCIA RELIGIOSA

JESUS E TOLERÂNCIA RELIGIOSA

Esses, como ontem, são dias de intolerância entre os homens, por motivos religiosos. Explodem as guerras entre nações, aumentam os preconceitos religiosos entre grupos culturais diferentes, ampliam-se os choques no interior das famílias, em virtude das escolhas diferenciadas de religião.
Jesus, porém, admoestou os discípulos que se vangloriavam de ter repreendido a um homem que curava e ensina em Seu nome sem O seguir, afirmando : “Não o impeçais, pois quem não é contra nós, é por nós” (Lc 9:50)
São as propostas pacifistas e fraternais bem como os princípios de respeito, diálogo e compaixão pelo próximo que caracterizam as religiões de natureza transcendental, voltadas para a educação moral do homem, tornando-o melhor.
Extraordinárias lições de respeito e de tolerância religiosa ainda nos daria o Mestre Jesus em inúmeras passagens de seu Evangelho.
Ao ser procurado por um centurião de César que intercedia em favor da cura de um servo, afirmando que bastaria uma palavra de ordem Sua para que seu criado ficaria curado, Jesus exclama admirado: “Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta.”(Lc 7:9). E o sevo do centurião foi curado. Informa-nos ainda Lucas que este Centurião era amigo do povo judeu e tinha edificado a sinagoga.
Em outra oportunidade, na região da Samaria, Jesus dirige-se à mulher no Poço de Jacó, entabulando uma conversação que revela a existência do preconceito por parte dela (“como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?”, em Jo 4:9) e a amorosidade Dele que lhe oferece a “água viva”, que dessedenta para sempre. (Jo 4:10).
Culmina a atitude tolerante e respeitosa do Nazareno para com as diferenças culturais e religiosas quando escolhe um samaritano para se converter no símbolo da solidariedade, por excelência, ao narrar a célebre parábola conhecida como a Parábola do Bom Samaritano (Lc 10: 30 a 37).
Profeticamente Jesus se referiu a outras ovelhas que não seriam “daquele” rebanho (Jô 10:16).
Radicalmente justo, o Mestre afirmou ao responder uma indagação a respeito da salvação, conforme registrou Lucas, capítulo 13 : “Então, haverá prantos e ranger de dentes, quando virdes que Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas estarão no reino de Deus e que vós outros sois dele expelidos. Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Setentrião e do Meio-Dia, que participarão do festim no reino de Deus.” Não bastam os rótulos religiosos ou os vínculos de pertencimento a tal ou qual cultura : é preciso, ainda conforme o texto em destaque, afastarmo-nos da iniqüidade.
Jesus é mensagem de respeito, de tolerância, de diálogo, de oferta daquilo que há de melhor em cada um. Intolerância religiosa, por sua vez, é afastamento do verdadeiro sentido de religiosidade, é estreiteza de vistas, é exclusivismo filho do egoísmo, é fanatismo que fecha as possibilidades do diálogo e da convivência pacífica entre diferentes, não opostos.
“Não haverá paz no mundo enquanto não houver paz entre as religiões”, sentencia o teólogo católico alemão Hans Küng, em sua obra Religiões do Mundo. Sem tolerância e respeito, não haverá paz em qualquer lar, comunidade ou nação
QUEM NÃO É CONTRA NÓS É POR NÓS, é mensagem atualíssima a nos conclamar ao espírito fraternal que Jesus ensinou e praticou, amando a todos, respeitando a todos, por saber que cada um e todos, temos caminhos diferentes para chegar ao Pai, o Deus único que fez os homens (não o Deus que os homens fizeram) embora todos devam se pautar no cumprimento da Lei Divina de Justiça, de Amor e de Caridade, independente das opções formais religiosas.
O mais é a intransigência, a limitação e o egoísmo humano.

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